quinta-feira, 31 de julho de 2008

Garfo & rodas



Já andaram perguntando por aí sobre se vou utilizar suspensão dianteira ou não. Olha, a princípio pensava em colocar a suspensão dianteira que tenho na minha MTB de trilha, uma Pro Shock Ultra (guerreira pra caralho, diga-se de passagem!!!). Mas depois de ter feito o roteiro preliminar (o definitivo está a caminho) deu pra ver que a quantidade de estradas que não são asfaltadas corresponde a uma porcentagem pequena em relação ao total. Nos 5000 km da viagem de ida, me parece que menos de 10% é de rípio (rípio é o equivalente a nossa popular estrada de terra ou de chão batido). Na volta, já muda de figura, mas mesmo assim as estradas asfaltadas são a maioria da quilometragem. Soma-se a isso o fato de que os trabalhos de asfaltamento, principalmente da Ruta 40 (a que usarei no retorno), são relatados por vários motociclistas.
Mas essa (suspensão ou não) é uma escolha que vou tomar depois do roteiro pronto e minutos antes de começar a soldar os tubos para a confecção dos bagageiros...rsrsrs
Uma outra escolha que está intimamente relacionada ao tipo de pavimento é a dos pneus. Para a ida, calcei a magrela com pneus Michelin Transworld 26 x 1.50 , ou seja, um pneu bem estreito. Já que até Ushuaia é mais de 90% asfalto, optei por pneus mais “tocadores”(eles aguentam até 85 psi). Acredito que depois de 5000 km os pneus estejam já próximos ao “bagaço”, sendo que já li relatos de que esse modelo chega aos 9000 km.
Como o retorno tem mais estrada de rípio, e já terei algumas impressões de como é andar com pneus 1.50 nesse tipo de estrada, deixo pra fazer a escolha da compra dos pneus do retorno lá “por baixo” mesmo, mas acredito que aí vá trocar por uns mais largos.
Quanto ao conjunto de rodas aqui vão às especificações:
Aros Vzan Extreme (32 furos);
Raios de Inox “Ching-Ling”
Cubos Novatec com rolamentos fechados
Alguns comentários sobre as rodas. A escolha dos aros se deu devido à experiência com estes no uso em minha MTB. Tem uma ótima relação custo benefício. Os cubos comprei via ebay, saíram bem em conta e parecem ser bastante robustos. Ainda vou desmontá-los pra ver se vieram com rolamentos de qualidade, ou porcarias feitas na China ou Rússia (berço de fabricantes “chinelões” de rolamentos). E mesmo porque preciso ver a numeração destes pra levar dois reservas.
Dei preferência por estes cubos justamente por usarem rolamentos padronizados. O sistema da Shimano de bacia+cone+esferas é um treco do tempo da pedra. E no momento que fode uma bacia ou cone, tu nunca mais terás um cubo em plena forma!!!
Os raios são um ponto ainda a serem revistos, ao menos os da roda traseira que são mais exigidos. A idéia inicial era colocar raios da marca DT Swiss, mas no final acabei colocando uns de inox marca diabo por não encontrar raios DT por um preço racional em lojas brasileiras (eles, os lojistas e/ou distribuidores, nos obrigam a buscar peças lá fora com a “política” de preços que seguem). Na minha bike speed tive muito problema de quebra de raios na roda dianteira. A solução foi a colocação de raios da DT. Nunca mais encheu o saco!!!
Acho que seria interessante dizer que já trabalhei como mecânico de bicicletas (lá pelos idos de 1998), e nas minhas magrelas ninguém põe a mão a não ser eu mesmo. Seja para uma simples regulagem, até a raiação das rodas.
Bom, vou lá continuar o roteiro......

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Quadros de aço



Meu objetivo com esse blog não é apenas o de ficar mostrando fotos de paisagens bonitas (isso tem de monte pela internet, é só procurar!), é o de mostrar um pouco do planejamento quanto à escolha dos equipamentos necessários para uma empreitada destas.
Vou começar então pelo item principal que é o quadro da bicicleta! Para uma ciclo viagem deste tamanho optei por utilizar um bike com quadro de aço Cromo-molibdênio. Os motivos principais são dois. Primeiro, e principal, se refere à facilidade de conserto no caso de quebra do quadro. Um quadro em aço pode ser soldado com maquinário relativamente simples, encontrado nas melhores (e piores) oficinas de fundo de quintal desse mundo a fora! E após a soldagem não há necessidade de nenhum tipo de tratamento térmico para garantir a eficácia do “remendo”.
Um quadro em alumínio já é um pepino maior, vendo que além de maquinário mais difícil de encontrar, a maioria das ligas de alumínio com as quais são feitas quadros de bicicleta, necessita tratamento térmico após a soldagem. É um processo complexo que não dá pra ser feito no fogão à lenha da sua vó... rsrsrs
O segundo ponto que pesa na escolha de um quadro em aço é quanto ao seu conforto, em relação a um quadro em alumínio, que é bem maior.
Alguém poderá cogitar que conhece muitos ciclistas que utilizam quadros de alumínio e nunca tiveram problema algum de quebra. O caso é que ponderando os meus 88 kg, mais a bagagem toda (que nem faço idéia de quantos quilos serão!), e contabilizando os 3 quadros de alumínio que tive, que viraram latinhas de refrigerante, com certeza a opção pelo aço cromo-molibdênio é a mais acertada!!!!
Bom, depois de algum tempo de procura acabei achando um bike marca GT com quadro em cromo. Deve ser uma bike do início dos anos 90. Dela só peguei o quadro mesmo. Com as peças montei uma outra bicicleta que foi vendida.
A primeira providência foi reforçar as soldas que prendem os suportes onde são presos o bagageiro traseiro, fazer e soldar os terminais onde vão os conduítes do freio traseiro, uma vez que ela era equipada com Cantilevers e agora será usado freios tipo V-brake.
Feito isso, jato de areia e uma boa pintura epóxi pra completar!!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Roteiro preliminar


Bom, vamos a primeira postagem deste blog, que criei com a finalidade de mostrar um pouco do que é o planejamento (ou a falta dele!!!) para uma ciclo viagem de grande porte, se é que um trajeto de quase 13.000 km pode ser classificado assim!!
A idéia de uma viagem destas não é tão nova assim. Tendo acompanhado os preparativos de meu irmão para duas ciclo viagens, uma pela Europa e outra pelos EUA, sempre me ficou um gostinho na boca de um dia fazer a minha viagem.
A oportunidade apareceu agora, e vou tratar de aproveitá-la. A idéia começou a tomar forma em Março deste ano. Uns parceiros do grupo de MTB aqui de Floripa foram pedalar na Bolívia e isso me estimulou a começar a colocar minha viagem no papel. Tracei um roteiro meio baseado em alguns relatos de viajantes de moto e algumas expedições de carro. No final o que saiu foi algo mais ou menos parecido com o que está acima.

O roteiro fiz em Março e já está meio caduco, pois vim procurando muito material nesse meio tempo que foi agregando mais alguns bons lugares para se conhecer. Ele será refeito em breve. Mas a base será a mesma, ou seja, sair de Florianópolis passando por Porto Alegre em direção ao Chuí. Entrar no Uruguai e seguir pelo litoral até Colônia do Sacramento. Tomar o Ferry para Buenos Aires e então seguir pela Ruta 3 e "tocar ficha" até Ushuaia. A intenção é chegar lá por 31 de Dezembro. O retorno, esse sim sofrerá as maiores alterações, será em parte pela Ruta 40 (Argentina) e Carretera Austral (Chile), entre outras estradas, passando obrigatoriamente por Santiago.
A parte do retorno, cruzando o Rio Grande do Sul também é obrigatória, uma vez que pouco conheço do estado onde nasci. Fechando com a região serrana do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.